QUIOTO - O terceiro dia do julgamento de Shinji Aoba deu por iniciado, pela primeira vez, uma sessão de interrogatórios por parte da promotoria e da defesa do réu.
O crime que abalou a comunidade otaku em todo o mundo, ocorreu em julho de 2019, quando Aoba espalhou gasolina e ateou fogo no prédio localizado no distrito de Fushimi, em Quioto. O ato resultou em 36 mortos, 32 feridos e uma outra ferida, esta que até hoje ainda está longe de cicatrizar.
O julgamento começou na terça, dia 5, e Shinji Aoba admitiu friamente suas acusações, embora a defesa alegue que ele não estava mentalmente bem no calor do momento, como uma artimanha de buscar alegações de inocência por insanidade.
Nesta quinta, dia 7, o tribunal continuou examinando as evidências apresentadas até agora. Durante esse processo, foi lido o depoimento de uma enfermeira de uma clínica psiquiátrica que havia visitado a residência de Aoba cerca de um ano antes do incidente.
Segundo seu depoimento, Aoba a confrontou na entrada de sua casa, empunhando uma faca e ameaçando-a de morte, dizendo: "Se não quiser morrer, é melhor não se aproximar de mim!" A partir desse ponto, ele teria se recusado a responder à visita da enfermeira.
Além disso, pela primeira vez durante o julgamento, Shinji Aoba respondeu às perguntas diretamente. Quando questionado sobre o áudio da cena em que ele foi detido pelas autoridades no local do incêndio, que foi divulgado publicamente em 6 de setembro, ele respondeu: "Pensei que os bombeiros viessem antes, porque era um incêndio, mas a polícia apareceu mais cedo."
Aoba também discutiu seu estado de saúde atual, explicando que ele é capaz de segurar objetos com a mão esquerda, como hashis e colheres, mas não tem a capacidade de andar sozinho.
A defesa do réu iniciou seu interrogatório, explorando a infância de Aoba e como ele conheceu a Kyoto Animation por meio de um amigo durante seu tempo no ensino médio.
Enquanto a promotoria alega que Aoba era plenamente responsável por seus atos, a questão central deste julgamento gira em torno da avaliação de sua capacidade mental no momento do crime.
O interrogatório do réu continuará nos próximos dias, e o julgamento está programado para durar cerca de 10 dias. O questionamento da acusação está previsto para a próxima semana.
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