
JAPÃO - O Ministério da Defesa do Japão disse que a Coreia do Norte disparou mais um míssil balístico de curto alcance para o leste, como um sinal de provocação ao ver que a Coreia do Sul retomou conversas com o Japão.
Acredita-se que o míssil, lançado por volta das 11h05, tenha caído no Mar do Japão, fora da ZEE do Japão, e pode ter voado em uma trajetória irregular. Não houve relatos de danos a aeronaves ou navios.
O teste de mísseis também ocorreu quando os EUA e a Coreia do Sul estão conduzindo um exercício militar conjunto apelidado de "Freedom Shield", que durará 11 dias até 23 de março, seu primeiro exercício militar conjunto de primavera em larga escala em cinco anos.
O vice-ministro da Defesa, Toshiro Ino, disse a repórteres em Tóquio que o míssil norte-coreano é estimado em cerca de 800 quilômetros a uma altitude máxima de cerca de 50 km.
"A série de ações da Coreia do Norte é totalmente inaceitável, pois ameaça a paz e a segurança do Japão, da região e da comunidade internacional", disse Ino, referindo-se também ao lançamento de um míssil balístico intercontinental pela Coreia do Norte na quinta-feira.
O governo japonês apresentou um protesto contra Pyongyang por meio de sua embaixada em Pequim, acrescentando que Tóquio cooperará estreitamente com os EUA e a Coreia do Sul para lidar com a situação.
Os militares sul-coreanos disseram que seus inimigos do norte dispararam um míssil balístico de curto alcance de um local perto de Tongchang-ri, no noroeste da republica auto-denominada "Popular" e "Democrática".
O Comando Indo-Pacífico dos EUA disse que o evento "não representa uma ameaça imediata" ao território dos EUA e seus aliados, mas acrescentou que os recentes lançamentos de mísseis de Pyongyang destacam "o impacto desestabilizador de seus programas ilegais" de mísseis balísticos.
"Os compromissos dos EUA com a defesa da República da Coreia e do Japão permanecem firmes", acrescentou, referindo-se à Coreia do Sul por seu nome oficial.
Após uma série de testes de mísseis pela Coreia do Norte, as Forças de Autodefesa do Japão e as forças dos EUA realizaram exercícios conjuntos no domingo pelo terceiro dia consecutivo, envolvendo caças, bombardeiros e destroieres equipados com o sistema interceptador de mísseis Aegis.
Militares sul-coreanos anunciaram no domingo que um bombardeiro B-1B dos EUA sobrevoou a Península Coreana e realizou um exercício conjunto com caças furtivos sul-coreanos F-35A.
De acordo com a agência de notícias Yonhap, o exercício ocorreu como parte do exercício Freedom Shield, que está em andamento desde segunda-feira.
A Coreia do Norte reagiu ao exercício militar em larga escala que está sendo conduzido pelos Estados Unidos e pela Coreia do Sul, dizendo que seu exercício de lançamento de um ICBM Hwasong-17 na quinta-feira pretendia dar "um aviso mais forte aos inimigos".
O disparo de um ICBM no Mar do Japão ocorreu poucas horas antes de uma cúpula entre o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, em Tóquio.
Durante a cúpula, Kishida e Yoon concordaram em fortalecer a cooperação de segurança bilateral e trilateralmente com os Estados Unidos em face das crescentes ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.
No domingo, os ministros das Relações Exteriores das nações do G7 divulgaram um comunicado, condenando o mais recente lançamento de ICBM da Coreia do Norte e instando-o a "se envolver em diplomacia significativa em direção à desnuclearização e aceitar as repetidas ofertas de diálogo" por Tóquio, Washington e Seul.
A cúpula também mostrou seu pesar sobre "o contraste gritante" entre a frequência dos testes de mísseis norte-coreanos e a "correspondente inação do Conselho de Segurança da ONU por causa da obstrução de alguns membros".
Este comentário foi direcionado à China e à Rússia, dois dos cinco membros permanentes do conselho com poder de veto, que passam o pano por cima das ações da Coreia do Norte, já que depois da ocupação japonesa e da Guerra da Coreia, a zona norte foi influenciada pelos soviéticos, como uma herança deixada pelos russos.