
JAPÃO - Uma declaração conjunta dos ministros do clima e do meio ambiente do G-7 contém uma eliminação gradual da geração de energia a carvão até 2030.
A Alemanha, presidente rotativa do G-7, propôs o rascunho antes de uma reunião dos ministros marcada para o final de maio em Berlim.
O Japão, com uma dependência relativamente alta do carvão, está solicitando que o alvo seja removido da declaração à medida que os membros do grupo continuam discutindo sobre o assunto.
Mas o pedido do Japão atendeu à oposição de membros como Canadá, França e União Europeia, disse a fonte, acrescentando: "Para a eliminação do poder do carvão ser incluída na declaração, depende dos Estados Unidos".
De acordo com o rascunho, os países-membros avançarão os esforços para eliminar a energia do carvão com base em um quadro global estabelecido no acordo de Paris de 2015 para limitar o aquecimento global a "bem abaixo" de 2ºC, de preferência a 1,5ºC, em comparação com os níveis anteriores à Revolução Industrial.
O alvo do rascunho foi aprendido em meio à invasão contínua da Ucrânia pela Rússia e às subsequentes sanções contra Moscou por nações ocidentais. Muitos países estão tentando diminuir sua dependência das importações de energia da Rússia, incluindo gás natural liquefeito, enquanto alguns estão lutando para encontrar fontes alternativas de energia.
Como um aparente aviso sobre um possível retorno à energia do carvão, a eliminação gradual do carvão foi incluída no projeto para evitar que os esforços de descarbonização regredissem, segundo a fonte.
Embora o Japão tenha concordado em alcançar zero emissões e reduzir gradualmente a energia do carvão, não estabeleceu um caminho para se desmamar completamente do carvão, uma vez que a maioria das usinas nucleares do país permaneceram offline sob regulamentações de segurança mais rigorosas introduzidas após o desastre nuclear de Fukushima em 2011.
A partir de março de 2021, o carvão representava 31% da geração de energia do Japão. O governo decidiu no outono passado manter o carvão em torno de 19% no mix de energia no ano fiscal de 2030.
Entre os membros do G-7, Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha e Itália já decidiram acabar com a energia do carvão, enquanto os Estados Unidos estabeleceram uma meta para criar um setor de energia livre de poluição por carbono até 2035.
A minuta também sugere o fim da ajuda pública até o final deste ano para projetos de combustíveis fósseis, incluindo a geração de energia a gás em nações em desenvolvimento, se forem conduzidas sem medidas para reduzir as emissões de dióxido de carbono.
O Japão, que tem se envolvido em projetos de infraestrutura em outras nações asiáticas, também se opõe à ideia, segundo a fonte.