
JAPÃO - O primeiro-ministro, Fumio Kishida, e o presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., concordaram que os dois países reforçarão ainda mais a cooperação econômica e de segurança, alertando contra a assertividade da China.
Em uma aparição conjunta à imprensa após suas conversas com Marcos em Tóquio, Kishida disse que se comprometeu a fornecer um pacote de apoio no valor de 600 bilhões de ienes para as Filipinas ao longo dos dois anos até março de 2024 dos setores público e privado do Japão.
Na frente de segurança, os dois confirmaram que as duas nações continuarão suas conversas "dois mais dois" envolvendo os ministros da Defesa e das Relações Exteriores, enquanto concordam em isentar diplomatas filipinos de vistos para o Japão para promover intercâmbios humanos entre os países.
Como um pilar fundamental da cooperação econômica bilateral, Tóquio oferecerá cerca de 377 bilhões de ienes em assistência oficial ao desenvolvimento para projetos ferroviários que conectam Manila a suas cidades vizinhas.
Outros programas de cooperação econômica vão desde agricultura e telecomunicações até segurança energética.
A viagem de cinco dias do líder filipino a partir de quarta-feira também é politicamente importante, já que Tóquio e Washington estão buscando aumentar os laços com Manila devido à crescente influência militar e econômica da China na região.
Em um comunicado conjunto divulgado após a reunião, Kishida e Marcos "expressaram sérias preocupações sobre a situação nos mares do Leste e do Sul da China", em uma crítica velada a Pequim.
Kishida e Marcos se opuseram fortemente "às ações, incluindo força ou coerção, que podem aumentar as tensões".
Uma mudança na liderança em Manila encorajou Tóquio e Washington a acelerar os planos para melhorar as relações, disseram os especialistas, observando que o antecessor de Marcos, Rodrigo Duterte, buscou laços mais estreitos com Pequim.
Na semana passada, Marcos e o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, concordaram em permitir o acesso de tropas americanas a mais quatro bases no país do Sudeste Asiático, em um esforço para manter sob controle as ações cada vez mais assertivas da China sobre o território disputado no Mar do Sul da China e em direção a Taiwan.
China, Filipinas, Taiwan, Malásia, Vietnã e Brunei têm reivindicações sobrepostas no Mar do Sul da China, uma área marítima rica em recursos naturais que também serve como uma rota comercial crítica.
Quanto a Taiwan, crescem os temores de que a democracia insular autogovernada possa se tornar um ponto de inflamação militar na região, já que a China, liderada pelos comunistas, a considera uma província renegada a ser reunificada com o continente, pela força, se necessário.
Enquanto isso, a China tem procurado fortalecer ainda mais as relações com as Filipinas, com o presidente Xi Jinping prometendo investir cerca de US $ 22 bilhões no país, incluindo projetos que já estão em andamento, quando Marcos visitou Pequim em janeiro.
Em suas conversas em Tóquio na quinta-feira, Marcos convidou Kishida para visitar as Filipinas "em um momento mutuamente conveniente em 2023" e o primeiro-ministro japonês aceitou o pedido, disse o comunicado.