
JAPÃO - O teste de óvulos fertilizados que se submetem ao tratamento de fertilização in vitro para identificar doenças genéticas antes da gravidez reduziu a taxa de abortos em mulheres que abortaram repetidamente, descobriu um estudo clínico em larga escala.
A Sociedade japonesa de Obstetrícia e Ginecologia, que analisou o ensaio clínico que abrange 9097 pessoas em 200 instalações, concluiu que o método mostrou-se eficaz na redução da taxa de aborto nos resultados divulgados no domingo, dia 7.
No estudo, a sociedade analisou mulheres que sofreram abortos repetidamente ou não engravidaram mesmo após o transplante de óvulos fertilizados em seus úteros várias vezes.
A taxa de aborto de óvulos fertilizados transplantados sem anormalidades no cromossomo foi de cerca de 11%, menor do que a taxa de aborto de cerca de 25% envolvendo o tratamento típico de FIV no Japão.
Entretanto, a taxa real de natalidade com os testes foi estimada em torno de 25%, quase a mesma dos casos típicos de tratamento de FIV, indicando que é improvável que os testes contribuam para um aumento no número de nascimentos.
Acredita-se que mesmo que um óvulo fertilizado com cromossomo anormal seja implantado sem o teste, a anormalidade pode ser reparada no útero em alguns casos e levar ao seu nascimento, de acordo com a sociedade.
O teste genético pré-implantação, que examina cromossomos de ovos fertilizados, foi aprovado pela primeira vez pela sociedade em 2004 a pedido de pessoas preocupadas com a possibilidade de repassar um traço genético que poderia causar doenças genéticas graves.
A sociedade criou em janeiro deste ano novas diretrizes para a realização de testes genéticos pré-implantação envolvendo a contagem de cromossomos de forma abrangente para mulheres que sofreram abortos mais duas vezes em instalações aprovadas pela sociedade, com o objetivo de reduzir abortos e melhorar as taxas de natalidade.
Mas os testes têm sido frequentemente recebidos com críticas, uma vez que poderia levar apenas a óvulos fertilizados sem que anormalidades fossem selecionados como dignos de vida, embora se destine a prevenir abortos.