JAPÃO - O ex-presidente da agência de publicidade ADK Holdings admitiu em uma audiência judicial ter subornado um executivo do comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio em conexão com o evento esportivo de 2021.
No Tribunal Distrital de Tóquio, Shinichi Ueno admitiu ter fornecido um total de cerca de 14 milhões de ienes a Haruyuki Takahashi que exerceu influência sobre a divisão de marketing do comitê e foi indiciado quatro vezes por receber subornos.
Os promotores disseram em sua declaração de abertura na primeira audiência judicial que o pagamento a Takahashi, ex-executivo da maior agência de publicidade do Japão, a Dentsu Inc., continuou, apesar de o advogado corporativo da ADK ter alertado que o dinheiro seria o equivalente a suborno.
Ueno negou a acusação quando foi preso pelos promotores de Tóquio em outubro, mas foi libertado sob fiança em janeiro, depois de admitir isso. Pedidos anteriores de fiança haviam sido negados.
Ueno, que os promotores disseram estar se sentindo desesperado devido à falta de progresso na obtenção de um contrato relacionado ao patrocínio, foi citado como tendo pedido ajuda a Takahashi enquanto jantavam juntos. O ex-executivo das Olimpíadas respondeu afirmativamente, disseram os promotores.
A Dentsu tinha um contrato com o comitê organizador agora dissolvido para servir como uma agência exclusiva para solicitar patrocinadores e foi capaz de terceirizar o trabalho.
Embora a Dentsu tenha dito inicialmente à ADK Holdings que sua nomeação era difícil, ela acabou sendo selecionada como agente de marketing para a operadora de serviços de estacionamento Park24 Co., com sede em Tóquio, que se tornou patrocinadora das Olimpíadas depois que Takahashi pediu repetidamente à Dentsu que escolhesse a empresa como agente, disseram os promotores.
De acordo com a acusação, Ueno conspirou com os ex-altos funcionários da ADK, Shigeharu Hisamatsu e Toshiaki Tada, e solicitou a Takahashi que selecionasse sua empresa como agente de marketing para solicitar patrocinadores para o evento.
Eles enviaram o dinheiro entre novembro de 2019 e janeiro de 2022 para uma empresa de consultoria liderada por Takahashi, disse a acusação.
Um total de 15 pessoas foram indiciadas em conexão com cinco canais separados por subornos no escândalo que manchou a imagem das Olimpíadas e Paralimpíadas.
O ex-presidente da grande varejista de processos empresariais Aoki, Hironori Aoki e dois outros altos funcionários admitiram acusações de suborno no tribunal em dezembro. A decisão do Tribunal Distrital de Tóquio será proferida em 21 de abril.